GERDA ALEXANDER
Com a rítmica dalcroziana aprende-se a atuar corporalmente mediante a música improvisada, evitando assim, a fixação de modelos que as escolas de dança e ginástica freqüentemente adotavam. Os pais de Gerda decidiram então que seus filhos seriam educados de acordo com os princípios dessa escola.
O pai de Gerda era pianista e passava horas ao piano, tocando, sobretudo Mozart e Beethovem. Gerda, por sua vez, ficava alucinada por essa música e desde pequena, quando ainda mal se firmava sobre seus pés, dançava quando seu pai tocava todas as noites. Sua mãe também gostava muito de música e teatro. Repleta de muita imaginação sempre brincava com Gerda. Dotada de uma intuição incomensurável, sua mãe já descobrira a forte influência da “intenção” na realização do movimento.
Hoje se sabe que a intenção prévia de realizar um movimento, produz uma ativação da circulação, influenciando assim, o tônus muscular... ação esta muito próxima à ação real. Atualmente usa-se, com freqüência essa técnica nos tratamentos em Eutonia. O início da Eutonia deve-se, na realidade, ao interesse de Gerda (desde sua infância) pelo movimento. Desde muito cedo, sempre foi obcecada pela idéia de uma “educação para o movimento que não estivesse baseada na imitação”.
Gerda matriculou-se na escola de Dalcroze (de Otto Blensdorf) onde permaneceu de 1915 a 1929. Quando iniciou seus estudos de rítmica com Otto, estava então decidida a ser bailarina profissional, mas aos 16 anos, depois de várias crises de febre reumática, contraiu uma endocardite. Os médicos a proibiram de realizar qualquer tipo de ..... movimento; não podia sequer vestir-se sozinha. Teve que (re)aprender a movimentar-se com o mínimo de energia possível e a descansar antes de sentir-se fadigada.
O sonho de ser bailarina parecia-lhe cada vez mais distante, mas seu profundo interesse pelo movimento deu-lhe forças suficientes para terminar seus estudos como professora de rítmica na Alemanha e trabalhar posteriormente no ensino do movimento e da música. Mas ainda assim, recebia várias contra-indicações dos médicos em realizar algum esforço físico, se quisesse realmente sobreviver.
A partir de sua própria necessidade de economia de energia, Gerda conseguiu comprovar pelas suas observações e seus estudos, que “quando se tem uma noção clara do que se fazer, o organismo reage de forma reflexa, utilizando exatamente a quantidade certa de energia, com o nível necessário de tônus para executar o movimento, desde que os músculos sejam flexíveis e não estejam inibidos pelas tensões habituais”.
Gerda teve contato com várias escolas de dança moderna, como a de Mary Wigman, Rudolf Laban, Loheland, Me Sendieck, Kallmeyer, etc, mas observou que todas possuíam as mesmas características de movimento típicas do grupo.
Em 1917, Gerda teve oportunidade de ser enviada pelo governo (junto com outras crianças debilitadas) para Montreux na Suíça, para passar as férias. Nesta época, a Alemanha passava por uma escassez de alimentos muito grande, devido a I Guerra Mundial. Gerda viveu um maravilhoso período na Alemanha, até aproximadamente 1929.
Continuou seus estudos, apesar da sua saúde debilitada, decidindo-se então, morar na Dinamarca, onde viveu grande parte de sua vida. Na Dinamarca, desenvolvia cursos de Eurritmia, por toda parte, apresentando trabalhos sobre o desenvolvimento do método Dalcroze.
Em Copenhagen, ensinou cerca de 800 crianças e professores por semana, influenciando o sistema escolar, o que na época não era possível, devido ao nazismo. Dava-se início então, a prática corporal criada por Gerda Alexander (1908 Wuppertal/Alemanha – 1994 Conpenhagen/Dinamarca).  
Um processo em que o aluno acessa a sabedoria que é própria do corpo usando-a a seu favor”
GERDA ALEXANDER